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Alimentos Funcionais e seus Benefícios à Saúde


Vivemos uma época onde a população está cada vez mais consciente sobre sua saúde. É cada vez mais disseminado que uma alimentação equilibrada e a prática de atividades físicas são de sua responsabilidade e fundamentais para obter saúde e envelhecer com qualidade. Neste novo cenário, os alimentos funcionais ganharam espaço por proporcionar alguns benefícios interessantes a saúde. No entanto, para serem considerados como alimentos que apresentam propriedades funcionais de um nutriente ou não nutriente, estes devem ter comprovação científica dessa alegação. Por definição, alimentos funcionais são aqueles que além das funções nutricionais básicas, quando consumidos junto a alimentação usual, produzem efeitos metabólicos e/ou fisiológicos benéficos à saúde, superando os da nutrição básica. Ou seja, são alimentos que ao serem ingeridos juntos com uma alimentação equilibrada, auxiliam na promoção da saúde. Esse papel pode ser desempenhado pelas substâncias químicas presentes nos alimentos, que são encarregadas pelas propriedades funcionais dos mesmos, sendo conhecidas como compostos bioativos. Porém, vale a ressalva de que há diversos alimentos que ainda não possuem ação cientificamente comprovada. Os estudos realizados sobre os compostos bioativos isolados ou concentrados em um alimento comprovadamente de potencial funcional, corroboram para resultados favoráveis. Por sua vez, podem não ser retratados por conta da baixa ingestão em comparação ao necessário para que o mesmo desempenhe sua funcionalidade. Assim sendo, para obter o melhor benefício desses alimentos, é necessário que seu consumo seja em quantidades adequadas e associado a uma alimentação variada. Essa alimentação deve ser baseada em alimentos in natura e minimamente processados, além da prática de atividades físicas. Acerca deste tema, segue abaixo alguns exemplos de alimentos funcionais reconhecidos: ALECRIM  Possui propriedade anti-inflamatória, antioxidante, antimicrobiana, antitumoral, quimiopreventiva, bem como, pode diminuir os riscos relacionados à obesidade, ao diabetes, à síndrome metabólica e às doenças neurológicas.  Tais propriedades estão relacionadas a presença de compostos fenólicos, como isopropenoides quinonas; diterpenones fenólicos, como ácido carnósico e carnosol; ácido rosmanirío; além de ácidos fenólicos e os flavonoides. Na literatura, alguns estudos apontam que seu potencial anti-inflamatório pode ser verificado a partir de sua capacidade de controle de alguns elementos relacionados à inflamação, como as citocinas, o óxido nítrico e as prostaglandinas. No que se refere a quantidade, ainda não foi postulado um consenso ideal de uso do Alecrim. AVEIA Apresenta em sua composição química aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e sais minerais indispensáveis ao organismo humano, o que destaca esse alimento em relação a outros cereais. No que diz respeitos a sua funcionalidade, a presença do composto ativo beta-glucana é o que dá a esse alimento o título de funcional. As beta-glucanas são polissacarídeos que compõem a fração solúvel da fibra, sendo fermentadas pelas bactérias do cólon para a produção de ácidos graxos de cadeia curta, que promovem a redução da síntese endógena do colesterol. Também, podem promover a diminuição das concentrações de insulina pós-prandial, sendo dessa forma, um alimento reconhecido por reduzir os riscos cardiovasculares. De acordo com a Food and Drug Administration (FDA) e a American Diabetes Association (ADA), a sugestão de consumo mínima da aveia para que essa apresente suas propriedades é de 3g de beta-glucana. Na prática, tal quantia corresponde a 60g de farinha de aveia ou 40g de farelo de aveia.  CACAU Poderoso antioxidante, por ser altamente rico em flavonoides que pertencem a ampla classe de fitoquímicos dos compostos fenólicos.  Dentre os flavonoides presentes neste fruto, encontramos flavanóis, flavonóis, antocianinas, flavonas e flavanonas. Um dos efeitos benéficos à saúde e bastante estudado é que o consumo regular desse fruto parece estar associado a redução das concentrações de LDL-c, o que é extremamente benéfico para a saúde cardiovascular. Além disso, pode dispor de benefícios para a redução do estresse e melhora do sono, sendo que estudos apontam efeitos positivos da introdução do chocolate amargo (>70%), em quantias que podem ser de 25g/dia.  CÚRCUMA (Curcuma Longa L.) Milenarmente utilizada pela medicina Ayurveda, a cúrcuma que também é conhecida como açafrão-da-terra. A mesma apresenta diferentes atividades biológicas, como: anticoagulante, antifúngica, anti-inflamatória, antioxidante, antitumoral, antiviral, antienvelhecimento, cicatrizante, neuroprotetora, imunomoduladora, entre outras. Tal potencial decorre do fato dela agir como inibidora da via NF-κB, atuando assim como um agente anti-inflamatório (Leia o artigo: Anti-inflamatórios e hipertrofia muscular).  Sobre quantidades, aponta-se que 3g/dia de ingestão de curcumina já pode trazer tais benefícios, e que mesmo a alta ingestão (12g dia por 3 meses), foi segura em humanos. Por outro lado, tendo em vista que essa apresenta baixa biodisponibilidade, sugere-se o uso em associação com a piperina (pimenta do reino e pimenta longa), o que pode aumentar a sua biodisponibilidade em até 20 vezes.  OLEAGINOSAS Esses frutos possuem em sua composição lipídios, principalmente ácidos graxos insaturados, além de proteínas, vitaminas, minerais, fibras e compostos fenólicos, o que lhes caracteriza como alimentos funcionais.  Seus principais representantes são as amêndoas, que destacam-se por seu conteúdo de fibras, manganês, magnésio e fósforo; As avelãs, que são ricas em gorduras monoinsaturadas e vitamina E; A castanha de caju, repleta de cobre, magnésio e manganês; A castanha do Brasil, considerada a melhor fonte de selênio nos alimentos; As nozes, que são ricas em gorduras insaturadas; E as macadâmias, que possuem alto teor de gordura monoinsaturada. No que tange a sugestão de consumo, é indicada a ingestão de oleaginosas que em quantidade adequada, podem trazer diversos benefícios à saúde, como a redução de risco de doenças cardiovasculares; redução do risco de diabetes mellitus; benefícios no controle de peso e na obesidade.  Mais detalhadamente, as recomendações de consumo segundo a ciência, indicam que a porção ideal deve atingir uma média de 15 a 20% do valor energético total da dieta. Na prática clínica, algo que corresponde a uma média de 30-40g para garantir seus benefícios antioxidantes. Porém, é importante ressaltar que o ideal é o consumo de uma mistura das fontes de oleaginosas, a fim de associar os benefícios presentes em cada uma. OBS: Estudos mostram que se tratando da Castanha do Brasil, a quantidade ideal e segura de consumo são 2 unidades por dia. Por fim, como observação, é importante lembrar que nenhum alimento reconhecido como funcional pode fazer referência ao tratamento, prevenção ou cura de doenças. Os alimentos funcionais podem acarretar em benefícios à saúde. Contudo, os mesmos podem atuar somente como um coadjuvante nos casos que os mesmos disponham de embasamento científico para tal. Para a leitura mais aprofundada do assunto, seguem algumas sugestões de leitura: DOI: 10.2174/0929867323666160615105746 DOI: 10.1111/obr.12313



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