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Como o nosso organismo responde a restrição energética prolongada?


Uma prática adotada pelos indivíduos em busca da redução de seu peso corporal é a restrição energética prolongada. Tal restrição se dá pela administração de uma dieta hipocalórica, na qual é muitas vezes associada a prática regular da atividade física, a fim de que o gasto energético do paciente seja elevado. Contudo, o organismo humano promove uma resposta adaptativa à restrição energética que será brevemente explicada nos tópicos abaixo:

● Redução do gasto energético

A perda de peso acarreta na redução da taxa metabólica basal (TMB), devido a perda de tecido metabolicamente ativo. Esse processo é denominado termogênese adaptativa. A partir dessa consequência, o déficit calórico é menor do que o esperado e a perda de peso do paciente é minimizada. Ademais, outros fatores que podem explicar a limitação do gasto energético diário são a redução da intensidade do exercício físico e do nível de atividades diárias, como subir escadas e caminhar por longas distâncias, além do menor efeito térmico propiciado pela alimentação, em resposta ao déficit calórico prolongado.

● Alterações endócrinas

Diversas alterações endócrinas acompanham a restrição energética, incluindo variações nos hormônios tireoidianos, nos reguladores do apetite e nos esteroidais. Sobre os hormônios tireoidianos, ocorre a redução da secreção do T3 e T4 pela glândula tireoide, na qual está relacionada a atenuação da TMB e da termogênese. No que se refere aos reguladores do apetite leptina e grelina, os níveis circulantes de leptina são reduzidos, fato que corrobora o aumento do apetite e a menor concentração dos hormônios tireoidianos. Em contrapartida, observa-se superiores níveis de grelina, na qual pode levar ao aumento da sensação de fome.

No que diz respeito aos hormônios esteróides, em indivíduos eutróficos a diminuição da produção endógena de testosterona pode ser uma consequência, na qual não é vista com a mesma frequência em pacientes com sobrepeso ou obesos. Já acerca do cortisol, verifica-se o aumento de seus níveis séricos que pode acarretar na maior perda de massa magra e na inibição da ação da leptina.

● Adaptações no tecido adiposo

É difundido na literatura que para ocorrer a diminuição do percentual de gordura, sucede-se a atrofia dos adipócitos. Porém, adipócitos de tamanho inferior dispõem de seu perfil metabólico alterado, assim essas células secretam menos leptina, absorvem glicose com mais facilidade e tornam-se mais resistentes à lipólise (Leia o artigo – O impacto do envelhecimento no tecido adiposo). Outro fator decorrente dessas adaptações é a maior suscetibilidade à hiperplasia dos adipócitos, no momento em que o indivíduo retorna à uma dieta normo ou hipercalórica.

Deste modo, para que tais respostas à restrição energética sejam reduzidas e a perda de peso seja feita de uma maneira saudável e sustentável a longo prazo, é fundamental o acompanhamento periódico com profissionais da área da saúde.

Para um estudo aprofundado, seguem as sugestões de leitura:

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