É elucidado na literatura que a combinação entre o treinamento de força e a suplementação de creatina é capaz de resultar em ganho superiores de massa magra e força, quando compara-se a indivíduos que realizam somente o treinamento ou a suplementação do composto nitrogenado. Contudo, diversos aspectos necessitam de esclarecimento mais aprofundado, principalmente no que se refere ao timing da ingestão do suplemento. Afinal, deve-se tomar a creatina no pré ou pós-treino? O que há na ciência sobre? Um artigo de revisão (FORBES; CANDOW, 2018) publicado levantou esta questão, embasados principalmente em três trabalhos que analisaram essas possíveis diferenças, nos quais os autores relatam que o momento da utilização do suplemento pode ser um fator importante para a otimização de ganhos de força e hipertrofia muscular. Um primeiro estudo (CRIBB; WILLIAMS; HAYES, 2006), analisou 31 voluntários, divididos em três grupos( proteína, carboidrato-proteína e carboidrato-proteína-creatina) que realizaram treinamento de força simultaneamente a intervenção suplementar por 10 semanas, com o objetivo de averiguar se a inclusão da creatina no protocolo de suplementação seria de valia. Como resultado, o grupo em que houve a inclusão de creatina demonstrou maiores ganhos de massa magra e força, além de outros benefícios. Em um posterior estudo, Antonio e Ciccone (2013) recrutaram 19 voluntários, praticantes prévios de musculação, separando-os em dois grupos (Cr-pré ou Cr-pós treinamento) que realizaram a intervenção suplementar concomitantemente ao treinamento durante um mês e com o objetivo de analisar se haveria distinções entre os grupos estudados. Como resultado, o grupo Cr-pós apresentou ganho de força e hipertrofia muscular superior ao Cr-pré. Mais recentemente, Candow et al. (2015) avaliou 39 idosos, não praticantes de musculação, separando-os em três grupos ( Cr-pré, Cr-pós e placebo) que efetuaram a possível utilização da creatina, aliada ao treinamento com pesos. Por consequência, o grupo Cr-pós exibiu melhor ganho de massa magra. Em justificativa a esses resultados, os autores atribuíram a otimização do funcionamento da bomba de Na+ /K+ e o aumento do fluxo sanguíneo pós-exercício. Conclusão Porém, devido a diversas limitações metodológicas observadas nesses protocolos, como a ausência de análises intracelulares, seção transversa do músculo e baixo número de voluntários, mais pesquisas são necessárias para afirmar se realmente há diferenças em relação ao timing da suplementação de creatina. Vale lembrar que a creatina pode desempenhar efeitos que vão além da função muscular, como exposto no seguinte texto do Blog BF: os efeitos da suplementação da creatina além do músculo. Para um estudo mais aprofundado, segue as sugestões de leitura: ● Timing of Creatine Supplementation and Resistance Training: A Brief Review, 2018, Vol. 1 (5th edition) Scott C. Forbes, Darren G. Candow. ● https://doi.org/10.1186/1550-2783-10-36 ● https://doi.org/10.1139/apnm-2014-0498 ● DOI: 10.1249/mss.0b013e31814fb52a
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