A compulsão alimentar é caracterizada pela perda do controle ao se alimentar e pelo consumo rápido de grandes quantidades de comida. Se apresenta através de eventos compulsivos, onde o indivíduo sequer seleciona o que irá ingerir e também pode ser seguidos de atos compensatórios para evitar o ganho de peso ou pela sensação de culpa. Sistema de recompensa O sistema de recompensa é muito presente no desenvolvimento da compulsão. Os estímulos provocados no núcleo accumbens pela ingestão descontrolada de alimentos gera maior liberação de dopamina, ou seja, maior sensação de prazer. Essa resposta passa a ser relacionada à recompensa, assim como observado no uso de drogas de abuso. Acontece ainda liberação de opióides endógenos durante a ingestão de comidas saborosas, ocorrendo a inibição de neurônios da ocitocina, responsáveis para o controle alimentar. Estudos apontam que o bloqueio da expressão gênica de ocitocina está diretamente relacionado à maior ingestão alimentar. Estímulos A acessibilidade à alimentos hiperpalatáveis pode predispor a uma mudança do comportamento alimentar, além de promover a ingestão excessiva e descontrolada dos alimentos ultraprocessados, até o atingir a sensação de desconforto gástrico, excedendo a plenitude. Sugere-se ainda que a restrição alimentar combinada ao estresse, induz um aumento da ingestão energética, sendo superior que a influência da restrição isoladamente. Ambos os estímulos, se pautam no sistema de recompensa. Deve-se levar em consideração a duração do estresse: em curto prazo pode reduzir a ingestão alimentar, enquanto o estresse crônico tende a gerar a superalimentação. Há ainda influências do tipo estressor: físico ou emocional, ambos apresentam impactos diferentes. O estresse emocional acaba se destacando pelos prejuízos causados, aumento da ansiedade e da “fome emocional”, não fisiológica. O indivíduo inicia um ciclo, no qual ele apresenta eventos compulsivos, se arrepende ou se sente frustrado, e dificilmente consegue mudar sem ajuda externa. Diagnóstico A partir do diagnóstico de Compulsão alimentar, é essencial que haja uma abordagem diferenciada, a fim de estabelecer um vínculo de confiança na relação paciente-profissional. Com isso, as estratégias possíveis são: acompanhamento nutricional, seja por meio reeducação alimentar, planejamento dietético ou terapias de Mindful eating. Tratamento farmacológico com acompanhamento psiquiátrico e tratamento psicológico (Leia o artigo – Compulsão alimentar e atendimento nutricional). Dica de leitura: https://www.cell.com/cell-metabolism/pdf/S1550-4131(19)30248-7.pdf
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