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Há impacto do Comportamento Alimentar dos pais na Alimentação Infantil?


As preferências alimentares das crianças derivam em parte do ambiente, e em parte de fatores genéticos. As crianças, quando muito pequenas, não têm a liberdade de escolher alimentos para compor uma dieta nutritiva e balanceada. Por conta disso, o comportamento alimentar dos pais e de outros adultos que convivem com a criança, é um componente importante e que influencia parte do comportamento alimentar infantil. Além do mais, a atmosfera ao redor do alimento e a hora da refeição são de extrema importância para a tomada de certas decisões pela criança posteriormente. Entenda mais aqui se há influência do Comportamento Alimentar dos pais na Alimentação Infantil.


Comportamento alimentar dos pais 


Estudos sobre a influência do comportamento alimentar dos pais e a alimentação infantil mostram que eles usam diversas estratégias durante as refeições, a fim de pressionar os seus filhos a comerem. Como exemplo de estratégias, têm-se: Atitude neutra (“Não se esqueça de comer sua carne”), raciocínio (“Quer experimentar os grãos, eu os fiz do jeito que você gosta”),Pressão-demanda: (“Quando digo que você come, você come!”). Também, pode mencionar-se a adulação e elogios, restrição, atitudes físicas, controle de porções, ameaças e recompensas com sobremesas ou jogos, que estão de modo íntimo relacionados ao grau de responsabilidade que os pais têm em alimentar seus filhos. Decorrente a isto, muitos pais induzem os filhos a comerem além dos sinais inatos de auto-regulação, com a esperança de proporcionar boa nutrição aos filhos. 


Existe ainda uma variedade de fatores paternos, incluindo sua ingestão alimentar própria, o estilo parental geral e diversos outros comportamentos parentais. Tais comportamentos podem associar-se a ingestão alimentar dos filhos, e os resultados disso no peso da criança podem ser positivos ou negativos. No entanto, existem poucas pesquisas sobre como os pais percebem sua própria capacidade de facilitar ou limitar a ingestão alimentar deles. Portanto, é de grande valia fornecer informações para os pais. Isso decorre de que para ocorrer o desenvolvimento de intervenções familiares eficazes para promover a formação de um padrão alimentar adequado para as crianças.


A infância


Além disso, estudos relatam que na infância, a mãe é a principal responsável pela transmissão ao filho sobre os padrões alimentares saudáveis, ​​que são capazes de prevenir doenças relacionadas à alimentação. Como explicação a tal acontecimento, geralmente elas são responsáveis por ficar a maior parte do tempo com a criança, além de preparar as refeições, oferecer novos alimentos, influenciar o consumo dos alimentos durante as refeições. Outro ponto que não pode ser negligenciado é o fato delas terem o vínculo mãe-filho que é formado desde a amamentação, assim aumentando a relação dos dois. 


Comportamento alimentar infantil 


Certos comportamentos alimentares infantis, como por exemplo, a seleção por porções maiores de alimentos, comer de forma rápida e realizar maior consumo de energia através de alimentos com maior densidade calórica, estejam associados a fatores de risco nos primeiros 1000 dias de vida. É provável que esses fatores de risco sejam pelo menos, em parte, marcadores de um ambiente alimentar menos saudável e um reflexo dos hábitos da dieta dos pais.


A partir destes fatores, alguns estudos relatam que grande parte das crianças com excesso de peso, tinham pais com excesso de peso também. Logo, essas crianças podem ter sido expostas a um estilo de vida e comportamentos alimentares semelhantes aos que contribuíram para o excesso de peso dos seus pais. A explicação para tais achados baseia-se como mencionado no início do texto, nos comportamentos alimentares saudáveis ​​e não saudáveis ​​dos pais são um bom preditor da qualidade da dieta infantil.


Porém, é importante retratar que, no cenário nacional, o padrão alimentar contemporâneo é composto de diversos alimentos industrializados e altamente processados. Tipicamente, esses alimentos ricos em gordura e sódio além de serem hipercalóricos, eles estão sendo altamente inseridos no contexto domiciliar. Desta forma, podendo auxiliar para o quadro de obesidade na família. 


Para a leitura mais aprofundada sobre o tema, seguem algumas sugestões de estudo:

DOI: 10.1093/ajcn/nqaa052

DOI: 10.1016/j.appet.2014.03.015

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000038

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