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Saiba como a nutrição pode auxiliar na candidíase


A candidíase é a doença fúngica mais frequente no mundo, portanto, entender como a nutrição pode auxiliar na prevenção e até mesmo no seu manejo clínico, é essencial.


Conceitos iniciais

Como já sabemos, a microbiota intestinal é um conjunto de microrganismos presentes no intestino, dentre eles: as bactérias, protozoários, arqueias, vírus e fungos. Já o microbioma compreende todo o material genético dentro de uma microbiota (toda a coleção de microrganismos em um nicho específico, como o intestino humano) que é diretamente influenciado pelo sistema imunológico, estilo de vida, genética e hábito alimentar. Nesse sentido, existe o microbioma dos fungos, que é composto por todos os fungos presentes nos diversos tecidos corporais.


A Cândida e o seus gêneros

A candida sp. é um fungo naturalmente presente na região genital e na pele de homens e mulheres, Ela é considerada um fungo polimórfico, pois contém duas fases, sendo elas os esporos e as hifas e atua como comensal. Ou seja, é um microrganismo que vive no nosso corpo, e traz benefícios, bem como seu crescimento aumentado resulta na candidíase. Existem diversas espécies como: C. glabrata, C. tropicalis porém, a Candida albicans é a espécie patogênica mais frequentemente isolada.

A Candida albicans

A Candida albicans é uma espécie que apresenta alto grau de flexibilidade, podendo crescer em ambientes extremamente diferentes quanto à disponibilidade de nutrientes, variação de temperatura, pH e quantidade de oxigênio disponível. Possui alta capacidade de resistência e de formar biofilmes com outras espécies, além de serem altamente adaptáveis ​​e possuírem inúmeras estratégias de sobrevivência, o que contribui, quando há um crescimento excessivo, à alterar sua resistência.


Candidíase a Candidíase recorrente

A Candida albicans é um dos tipos mais comuns presentes no intestino. Em quantidades elevadas ela pode influenciar a candidíase vaginal, levando a chamada candidíase vulvovaginal, que costuma ser a mais comum. Essa condição pode levar também, a candidíase de repetição, estágio em que a infecção provocada por esse fungo acontece de maneira aguda. Diversos fatores, podem contribuir para o seu desenvolvimento exacerbado, fazendo com que ela comece a desempenhar a função de patógeno, dentre eles podemos destacar:

  • O uso frequente de antibióticos: reduzem a proteção da flora vaginal permitindo a colonização por espécies de Candida;

  • Padrões alimentares: o alto consumo de açúcares (principal substrato da C.albicans), alimentos ultraprocessados, baixo consumo de vegetais, pobre em fibras e antioxidantes;

  • Sedentarismo e consumo excessivo de álcool;

  • Uso frequente de anticoncepcionais, antiácidos e corticoides.


Prática clínica da nutrição na candidíase

Como já vimos, os padrões alimentares podem contribuir para que diferentes tipos de fungos colonizem o ambiente intestinal, podendo resultar tanto em um equilíbrio intestinal como em uma disbiose fúngica, síndrome do intestino irritável ou doenças inflamatórias intestinais. Nesse sentido, a nutrição pode contribuir para a modulação intestinal e estratégias específicas conduzidas pelo profissional capacitado nutricionista. Dentre elas podemos destacar:


  • Probióticos: mantém a microbiota equilibrada, deixando menos substratos para o desenvolvimento de fungos por competirem entre si, além de inibir a adesão do fungo na parede vaginal. As cepas mais utilizadas são a de Lactobacillus Crispatus;

  • Alimentos com ação antifúngica: o uso de alho pois possui alicina, princípio ativo que inibe o crescimento fúngico pela distribuição da suas membranas e o óleo de coco, pois possui ácido caprílico, que quando convertidos em monolaurina e monocaprina exercem função antifúngica (rompem membrana que envolve o fungo).

  • Óleos essenciais: possuem atividades antifúngicas: orégano, princípio ativo: carvacrol, tomilho princípio ativo: timol, canela, princípio ativo: transciminaldeido e melaleuca, princípio ativo: 4-terpineol.

  • Evitar na fase ativa da infeção: açúcares, refrigerantes, sucos industrializados, amendoim, milho, castanhas ( mais sensíveis a contaminação fúngica, durante seus processo de produção) e bebidas alcoólicas.


Para um estudo mais aprofundado sobre o tema, seguem abaixo algumas sugestões:



Sugestão de estudo do portal Science Play- Efeitos de probióticos na candidíase oral


Artigos:

BARBOSA, Ana et al. Candida albicans Adaptation on Simulated Human Body Fluids under Different pH. Microorganisms, [S.L.], v. 8, n. 4, p. 511, 3 abr. 2020. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/microorganisms8040511.


CIUREA, Cristina Nicoleta et al. Candida and Candidiasis—Opportunism Versus Pathogenicity: a review of the virulence traits. Microorganisms, [S.L.], v. 8, n. 6, p. 857, 6 jun. 2020. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/microorganisms8060857.


MANDRAS, Narcisa et al. The Inhibition of Non-albicans Candida Species and Uncommon Yeast Pathogens by Selected Essential Oils and Their Major Compounds. Molecules, [S.L.], v. 26, n. 16, p. 4937, 15 ago. 2021. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/molecules26164937.


SANTOS, Giselle C. de Oliveira et al. Candida Infections and Therapeutic Strategies: mechanisms of action for traditional and alternative agents. Frontiers In Microbiology, [S.L.], v. 9, n. [], p. 1-23, 3 jul. 2018. Frontiers Media SA. http://dx.doi.org/10.3389/fmicb.2018.01351.


Frase chave: A candidíase, como a nutrição pode auxiliar na prevenção


Autora: Nathalia Faria

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