A alimentação e a cognição? Você já pensou em algo, ia contar para alguém, mas logo se esqueceu? Tem aquela semana que parece que está mais difícil aprender algo novo? De vez em quando sua memória curta parece que está um pouco ruim? Será que a frase clássica “você é o que você come” faz sentido quando pensamos em cognição? Com certeza, sim! Mas antes de discutirmos se realmente há algum padrão alimentar que pode favorecer a cognição, precisamos entender o que de fato ela é e quais fatores devemos considerar. Afinal, o que é cognição? A cognição está relacionada não apenas com a nossa inteligência, mas sim com um conjunto de habilidades. Dentre as mesmas, destacam-se: processar e transformar informações, percepção, velocidade de raciocínio, atenção, memória, tomada de decisão, entre outras. Assim, podemos concluir que a cognição não deve ser avaliada isoladamente, e o seu bem-estar é dependente de nossa saúde de forma geral. Ainda, podemos ir mais adiante e dizer que a cognição está diretamente associada à nossa saúde social. Também, há a influência do declínio cognitivo que ocorre ao longo da vida, com o envelhecimento. Cognição e padrão alimentar A partir daqui, podemos conversar e tentar compreender se realmente existe algum padrão alimentar específico. Sobre tal padrão, pode beneficiar nossa cognição e ainda mitigar o declínio cognitivo do envelhecimento? Alguns cientistas da área apresentam a informação de que padrões alimentares com o objetivo de minimizar a inflamação poderiam ser benéficos neste cenário, bem como a dieta do mediterrâneo. Nesse ponto, podemos abrir um pouco mais a discussão a respeito da nutrição. Há estudos clássicos e recentes, mostrando que o padrão alimentar ocidental, que é rico em calorias, devido ao consumo em excesso de gorduras (saturadas) e os açúcares, está associado com a incidência de doenças crônicas não transmissíveis (Leia o artigo – A importância da dieta cardioprotetora na redução das doenças cardiovasculares). A realidade dos brasileiros Porém a realidade dos brasileiros não é a mesma dos países europeus. Há necessidade de determinadas adaptações na base da dieta do mediterrâneo para os nossos padrões, a fim de obter os seus benefícios, como por exemplo: · Aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras; · Optar por cortes de carnes mais magros; · Diminuir o consumo de alimentos processados; · Evitar o consumo de alimentos ultra processados; · Utilizar em quantidades adequadas óleos, açúcar e sal. Assim, de forma simples e barata, como mostra o Guia Alimentar Para População Brasileira, é possível modificar nosso padrão alimentar. No mesmo, busca-se o respeito aos costumes e a cultura, obtendo os benefícios, não apenas em relação a cognição, mas à saúde forma geral. Por fim, não podemos deixar complementar, mencionando a importância do binômio alimentação e exercício físico, pois são os fatores modificáveis mais fáceis de manipular e que unidos podem trazer o maior número de benefícios a saúde humana. Para uma leitura mais aprofundada do tema, seguem algumas sugestões: DOI: 10.1007/s00394-013-0561-3 DOI: 10.1016/j.neubiorev.2014.12.002
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